‘Estamos a beira de um surto de meningite e ninguém fala sobre isso’, conta infectologista

‘Estamos a beira de um surto de meningite e ninguém fala sobre isso’, conta infectologista

Metade dos pais não vacinou os filhos contra meningite na pandemia, revela pesquisa. A maioria dos pais apontou o isolamento como principal causa para não terem vacinado os filhos. Diante do cenário, especialistas fazem o alerta: “A última coisa que queremos é um surto de meningite, além da pandemia de covid”

Uma pesquisa da GSK, realizada pela Ipsos, revelou que 50% dos pais adiaram ou cancelaram a vacinação contra a meningite meningocócica dos filhos durante a pandemia. Foram entrevistados 4.962 pais e responsáveis legais de oito países diferentes — no Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Argentina, Brasil e Austrália, abrangeu pais de crianças de até 4 anos e nos Estados Unidos, de 11 a 18. Os pais foram ouvidos em janeiro e fevereiro deste ano. A pesquisa mostrou ainda que os eles tomaram as decisões sobre a saúde das crianças e adolescentes sozinhos ou em conjunto com o parceiro ou parceira.

Os três principais motivos para o adiamento ou falta à vacinação dos filhos apontados por 50% dos pais pesquisados em oito países foram as medidas de isolamento (63%), a preocupação de contrair covid-19 em locais públicos (33%) e a necessidade de cuidar de alguém contaminado com o coronavírus, como um membro da família ou eles próprios (20%).

A maioria dos pais (95%) também afirmou que seus filhos retomarão pelo menos uma atividade que envolva contato próximo com outras pessoas quando as restrições forem suspensas, sendo que 76% das crianças e adolescentes devem interagir com grupos de familiares ou amigos presencialmente.

No Brasil temos mais um problema, algumas vacinas da meningite só são disponíveis na rede privada, como a Meningocócica B, Meningocócica B e Meningocócica ACWY. Escolhendo se imunizar na rede privada, você poderá se proteger contra doenças causadas pelo meningococo dos sorogrupos A C, W e Y. Já na rede pública, a imunização confere proteção apenas contra o sorogrupo C.


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PAIS BRASILEIROS

No Brasil, 57% dos entrevistados declararam ter desistido ou adiado algum compromisso ou consulta de saúde dos filhos durante a pandemia — índice acima dos 46% da média geral da pesquisa. No entanto, quando se trata especificamente de vacinação contra meningite meningocócica, eles foram tão propensos a faltar ou atrasar alguma dose do esquema vacinal quanto os demais participantes (50%).

Por outro lado, um diferencial dos pais e responsáveis legais no Brasil é que estes têm maior probabilidade de recuperar a situação de abandono vacinal, com 76% dos entrevistados afirmando que é provável que atualizem o calendário vacinal dos filhos assim que as restrições forem suspensas, contra 66% na média dos oito países pesquisados.

vacinando criança

CALENDÁRIO ATUALIZADO

Diversos especialistas de diferentes partes do mundo participaram da divulgação oficial da pesquisa em uma reunião online realizada pela GSK. Os profissionais da saúde expressaram preocupação e fizeram alertas em relação ao risco de um surto diante das baixas taxas de vacinação. “Com crianças e adolescentes voltando presencialmente para as escolas e não estando imunizados contra a meningite, corremos o risco de criar um novo surto”, disse Litjen Tan, diretor de estratégia de imunização da Action Coalition.


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Veja o que disseram outros especialistas:

“Acho que a mensagem principal é que a vacinação é essencial. Devemos manter as cadernetas de vacinação atualizadas para prevenir contra várias doenças infecciosas, não apenas a meningite. Estamos falando de doenças que são potencialmente muito graves para crianças e até adultos, como coqueluche, paralisia, sarampo… São doenças que estão controladas na nossa região, mas a queda na cobertura traz riscos de reaparecimento. Temos visto nas clínicas que o risco [de transmissão da covid] é minimo, visto que são implementadas diversas medidas como o uso de máscara, distanciamento social e medidas de higiene. Algumas estão adotando, inclusive, ações diferenciadas como o drive thru ou a vacinação no lar para indivíduos vulneráveis.” (infectologista Marco Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria).

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